O Apóstolo acrescenta que a nossa luta não contra a carne e o sangue, mas contra os:
- Principados (archai)> Os principados (archai) são príncipes satânicos superiores que foram colocados sobre as nações da Terra.
- Potestades> Autoridades (exousia) poderes (dunamis) palavra exousia tem uma conotação de governo natural e sobrenatural. Na compreensão apostólica, havia forças sobrenaturais que “ficavam por trás” da estrutura governamental humana. Presume-se que os poderes, dunamis, operem dentro de países e nas culturas, influenciando certos aspectos da sociedade.
- Finalmente, as forças espirituais da maldade, cosmocratas, são os muitos tipos de espíritos que afligem as pessoas, por exemplo, espíritos de engano, adivinhação, sensualidade, rebelião, medo e enfermidades. Geralmente esses são os espíritos do mal que se manifestam e são expulsos nas reuniões de libertação. Entre eles, existe também uma estrutura de autoridade em que os mais fracos são subservientes aos mais fortes.
Em Efésios 6.10-19, podemos aprender alguns princípios importantes.
- É uma batalha baseada “na força do poder” de Deus (6.10), não na inteligência ou intelecto humano “Força” aqui é kratos, palavra usada para governo, e “poder” é ischus, palavra usada para vigor ou autoridade. Então, lutamos fortalecidos no governo da autoridade divina. E isso faz a diferença!
- Ele fala em “tomar as armaduras de Deus” ou revestir-se “de toda a armadura de Deus” (Ef 6.11,13). Então, o poder, ou vigor para a guerra, e a armadura, ou revestimento espiritual, são ambos providências de Deus para o cristão que está debaixo de autoridade ou do governo de Deus. Não são armaduras nem armas humanas que se compram numa conferência de guerra espiritual. Cada um dos itens vem de Deus, até mesmo a oração com a qual enfrentamos os poderes do diabo são orações no Espírito (6.14-19).
- Parece que as duas únicas coisas com que o homem contribui nesta guerra são a vigilância e a perseverança, pois Paulo afirma: “e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos” (v 18). Tomar posse de nossas armas espirituais não quer dizer que o crente não será perseguido, exilado e morto por defender a fé. João explica como isso aconteceu na vida dele. “Eu, João, irmão vosso e companheiro na tribulação, no reino e na perseverança, em Jesus, achei-me na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus” (Ap 1.9). O que levou João a ser perseguido? A intransigência que mantinha em defesa da Palavra de Deus e o testemunho que sua vida dava de Jesus (veja Ap 1.2 e 12.11). Ainda hoje, cristãos em várias partes do mundo fazem guerra contra o mal e morrem, dando sua vida em defesa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus. A vida de justiça – padrão de boas obras – deve estar acompanhada de uma vida de manifestações do poder de Deus. Manifestações de cura, de libertação, de expulsão de demônios e milagres são o testemunho, ao lado de uma vida de santidade e de boas obras, de que o reino de Deus é chegado a uma cidade. Em síntese, o relato do Novo Testamento não mostra a igreja obcecada com a existência de poderes das trevas, embora estivesse consciente de sua existência. O objetivo é sempre estender o Reino de Deus, e devemos lutar contra as forças satânicas na medida em que estas se opõem ao seu avanço.
Precisamos nos fortalecer de poder e com a armadura do Senhor. Se estivermos ativos na extensão do Reino de Deus, certamente enfrentaremos ferrenha oposição; porém, se estivermos firmes no Senhor, revestidos com sua armadura, não poderão nos deter.
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